domingo, 21 de novembro de 2010



Eles já eram vizinhos há um bom tempo, porém nunca tinham se falado. Ela sempre o observava da sacada, ele nem fazia ideia disso. Até que um dia ele lhe deu 'oi', ela apenas sorriu e pensou: 'Caaaaaaaaara, ele falou comigo'. Deste dia em diante foram uma série de 'ois' e olhares. Conversavam um com o outro como se fossem amigos. Assuntos sérios, assuntos bobos. Ela gostava, era melhor do que passar o dia em casa. Ele também gostava, ele disse isso. - Nunca pensei que um dia conversaríamos. - Nunca pensei que você fosse tão legal. - Quer tomar um refri? - Onde? - Na minha casa. - Acho melhor não, preciso entrar. - Não seja tola, vamos. (Quem ele pensa que é para me chamar de tola? Eu não sou tola. Eu vou.) Subimos. Eram poucas escada e eu sabia o que ele queria. Eu também queria, mas tinha medo de me arrepender. - Entre. Não repare na bagunça. A casa dele não estava bagunçada, era linda, era diferente. - Sua casa é linda. - Obrigada, você também. (Ele já tinha dito isso antes.) Fomos para a sala, a vista era linda. Ele chegou mais perto, pensei em virar o rosto. Pensei melhor. Não tinha nada a perder. Fazia um tempo que eu estava triste por causa do meu último 'namoro'. Porque não? Eu mereço isso. Ele fechou os olhos, eu fechei os olhos. Ele me beijou, eu o beijei, nós nos beijamos. Eu adorei. E sabia que ele estava adorando. Pelo menos era o que parecia pelo jeito que ele me abraçava, beijava e abraçava e,  beijava de novo. Olhei pela janela e não vi mais o sol. Sabia que precisava ir embora, apesar da pequena distância, não sabia o que iria dizer em casa se me perguntassem onde eu estava esse tempo todo. Eu sabia mentir, mesmo assim estava preocupada. - Preciso ir. Ele me olhou e continuou beijando. Algum tempo depois. - Preciso ir, sério. Ele ignorou. (Eu não estava dizendo que queria ir embora, eu precisava. Será que ele é surdo.) Quer saber, também não me importei mais. A desculpa já estava pronta, estávamos lá, só nós dois. Isso poderia não acontecer novamente. Continuei a beijá-lo. Ele suava, ele realmente suava. Eu nunca gostei de meninos suados. Mas naquele momento foi diferente. O tempo passava rápido. (ele sempre passa quando os momentos são bons.) Abri os olhos e me levantei. - Tenho que ir. - Você é a vizinha mais linda que eu já tive. Um abraço bastou para me fazer beijá-lo novamente. Ele abriu a porta e me levou até lá embaixo. Nos sentamos e continuamos conversando mais um pouco. Às vezes ele me beijava como se já estivesse acostumado. Eu entrei, ele entrou. Depois de 'sobre-voar' sobre as escadas que me levavam a porta do meu apartamento. Entro em meu quarto e me atiro na cama, estava exausta. Estava realmente exausta. Eu queria apenas dormir. Foi então que  descobri que toda vez que fechava os olhos me lembrava do que aconteceu. Abria os olhos e fechava, abria e fechava. Me arrepiava toda vez que via a escuridão. Adormecia aos poucos, tranquila, pois sabia que não havia me arrependido.

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domingo, 21 de novembro de 2010



Eles já eram vizinhos há um bom tempo, porém nunca tinham se falado. Ela sempre o observava da sacada, ele nem fazia ideia disso. Até que um dia ele lhe deu 'oi', ela apenas sorriu e pensou: 'Caaaaaaaaara, ele falou comigo'. Deste dia em diante foram uma série de 'ois' e olhares. Conversavam um com o outro como se fossem amigos. Assuntos sérios, assuntos bobos. Ela gostava, era melhor do que passar o dia em casa. Ele também gostava, ele disse isso. - Nunca pensei que um dia conversaríamos. - Nunca pensei que você fosse tão legal. - Quer tomar um refri? - Onde? - Na minha casa. - Acho melhor não, preciso entrar. - Não seja tola, vamos. (Quem ele pensa que é para me chamar de tola? Eu não sou tola. Eu vou.) Subimos. Eram poucas escada e eu sabia o que ele queria. Eu também queria, mas tinha medo de me arrepender. - Entre. Não repare na bagunça. A casa dele não estava bagunçada, era linda, era diferente. - Sua casa é linda. - Obrigada, você também. (Ele já tinha dito isso antes.) Fomos para a sala, a vista era linda. Ele chegou mais perto, pensei em virar o rosto. Pensei melhor. Não tinha nada a perder. Fazia um tempo que eu estava triste por causa do meu último 'namoro'. Porque não? Eu mereço isso. Ele fechou os olhos, eu fechei os olhos. Ele me beijou, eu o beijei, nós nos beijamos. Eu adorei. E sabia que ele estava adorando. Pelo menos era o que parecia pelo jeito que ele me abraçava, beijava e abraçava e,  beijava de novo. Olhei pela janela e não vi mais o sol. Sabia que precisava ir embora, apesar da pequena distância, não sabia o que iria dizer em casa se me perguntassem onde eu estava esse tempo todo. Eu sabia mentir, mesmo assim estava preocupada. - Preciso ir. Ele me olhou e continuou beijando. Algum tempo depois. - Preciso ir, sério. Ele ignorou. (Eu não estava dizendo que queria ir embora, eu precisava. Será que ele é surdo.) Quer saber, também não me importei mais. A desculpa já estava pronta, estávamos lá, só nós dois. Isso poderia não acontecer novamente. Continuei a beijá-lo. Ele suava, ele realmente suava. Eu nunca gostei de meninos suados. Mas naquele momento foi diferente. O tempo passava rápido. (ele sempre passa quando os momentos são bons.) Abri os olhos e me levantei. - Tenho que ir. - Você é a vizinha mais linda que eu já tive. Um abraço bastou para me fazer beijá-lo novamente. Ele abriu a porta e me levou até lá embaixo. Nos sentamos e continuamos conversando mais um pouco. Às vezes ele me beijava como se já estivesse acostumado. Eu entrei, ele entrou. Depois de 'sobre-voar' sobre as escadas que me levavam a porta do meu apartamento. Entro em meu quarto e me atiro na cama, estava exausta. Estava realmente exausta. Eu queria apenas dormir. Foi então que  descobri que toda vez que fechava os olhos me lembrava do que aconteceu. Abria os olhos e fechava, abria e fechava. Me arrepiava toda vez que via a escuridão. Adormecia aos poucos, tranquila, pois sabia que não havia me arrependido.

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