quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Reflexão de um casal em crise


       Ele: Estou aqui sentado, olhando para a mulher com quem estou junto há dez anos. Ela está esparramada no sofá, vestindo uma calça bege com um furo um pouco acima do joelho e uma blusa com manchas de esmalte vermelho. Apesar dos cabelos bagunçados e das unhas dos pés por fazer, ela está linda. Mas não como antes. Em uma das mãos, segura uma taça de vinho vazia, a terceira. Na outra, o controle da televisão, a qual não assisto faz tempo, pois ela não sai mais dali. Não faz comida, não dorme no nosso quarto, não me dá mais atenção. 
       Percebi que o nosso relacionamento estava em declínio quando, depois de três anos de casado, eu cheguei do trabalho e encontrei um bilhete na geladeira: ‘Tem comida no congelador. Faça se quiser’. Comida congelada? Ela quer me matar? Você pode pensar que eu estou exagerando, afinal, foi a primeira vez. Mas, depois desta, vieram muitas outras, quase que frequentemente. As brigas começaram a ficar mais sérias, ela começou a fumar mais do que eu, até que eu parei. Ela não.
      O casamento, realmente, é uma merda. Hoje me pergunto por que fomos fazer isto. Era tão perfeito quando apenas namorávamos e ela vinha passar os fins de semana em minha casa. Sem contas para pagar, sem explicações para dar. Eu a via sempre linda e cheirosa, e suas unhas sempre tão bem pintadas de vermelho ou preto. E seus cabelos sempre macios, sua pele sempre quente. Sentíamos saudades um do outro e nos ligávamos durante a madrugada. Fugimos para ir ao show do Ozzy e seus pais quiseram me matar quando descobriram. Ela era doce, e não exigia nada além do meu amor.
      Seu corpo, nunca vi mulher com corpo mais lindo. Ela era sexy, ela sorria com os olhos e me amava com a boca. Faz tempo que não me ama, mas me deixe sonhar...
      Sinto ter que admitir que esteja prestes a perder a melhor mulher que já conheci, mas está situação esta me deixando louco. Já sei como resolver isso: vou pedir o divórcio.
 
    Ela: Estou sentada no sofá olhando de relance para o meu marido. Ele está vestindo um calção do Grêmio que sabe que eu odeio, e sem camisa. Consigo ver seu corpo quase perfeito, não fosse pela barriga que começa a se salientar em decorrência das várias garrafas de cerveja que bebe. Em uma das mãos, um copo cheio e, na outra, os classificados... Foi demitido. Seus olhos castanhos continuam lindos, mas não brilham mais. Ele nem sequer sorri, não sorrio também. Queria poder abraçá-lo agora, mas não sei qual foi a última vez que tomou banho e não estou com vontade de me levantar daqui. Faz tempo que não fazemos sexo, e ele não faz questão alguma disso. Na verdade, faz tempo que não nos falamos e, disso, eu que não faço questão.
      Sua pele não está mais morena como antes. Não saímos mais de casa, ele não me leva a lugar algum. Lembro-me de como era antes, antes do casamento. Saíamos sempre, ele me levava à praia. Ele me fazia rir o tempo todo, eu amava isso. Ele realmente me fazia feliz. Hoje, nem sei ao menos se eu o faço.
     Percebi que o nosso relacionamento estava em declínio, quando, depois de três anos de casada, ele não me disse boa noite. Acho que foi por causa da comida congelada que deixei para ele fazer. Fiquei irritadíssima, e, desde então, deixei sempre.
    O casamento, realmente, é muito complicado. Hoje me pergunto por que não esperei mais uns cinco anos para fazer isto. Fui tola em pensar que seríamos felizes morando juntos. Antes fosse como antigamente, sem contas para pagar, sem explicações para exigir. Lembro-me que, no show do Ozzy, vimos um casal brigando e prometemos que nunca faríamos o mesmo quando casados. Impossível. Impossível não brigar pelas toalhas no chão, pelo controle da tevê, pela falta de atenção.
     Sinto ter que admitir que esteja prestes a começar outra briga, mas esta situação está me deixando louca. Já sei como resolver isso, vou ped... ‘Oh! A novela vai começar.’

domingo, 25 de setembro de 2011





Ele chega, muda sua vida, muda você e muda seus planos. De repente o protetor de tela do seu celular não é mais o vocalista de sua banda favorita e sim, ele. As coisas que você diz e sente mudaram você esta mais sensível e não para de sorrir olhando para o nada. Salga de mais a comida, esquece de mais das coisas, fala de mais nele. Sonha de mais, viaja de mais... De mais, de mais, de mais. Seu caminho mudou, assim como o seu estado civil e o brilho dos teus olhos. Agora você vai andar de mãos dadas em lugares públicos e ainda assim se sentira livre, com ele tudo será perfeito. Sentirá ciúmes de feias, de bonitas, de tudo e de todos. Cantará músicas que antes você não suportava, mas desde o dia que elas te fizeram lembrá-lo, você não para de ouvi-las. Vai brigar, falar mal e logo em seguida se entregar. Ele te fará cair em todas suas tentações, e você não verá problema algum em ficar no chão por muito tempo. Você terá um apelido fofinho, falará palavras fofinhas e logo em seguida se sentira idiota por isso. Ele, quase como seu melhor amigo será o teu protetor, quem te cuidara de olhares e toques desconhecidos. O teu cão de guarda, o teu anjo da guarda. Quando ele estiver longe, você esperará suas ligações. Você beijará suas fotos e pensará nele duas vezes mais do que de costume. Ele te fará sorrir. Sim, ele também te fará chorar. Mas garota, até seus pais fazem, com ele não seria diferente. Mas o mais importante de tudo, ele te amará incondicionalmente. E não me venha com essa de que homens são todos iguais. Não, eles não são. Cada um deles chora, sorri, suspira, pensa, fala, age e ama de jeitos diferentes. E se com você eles são sempre iguais, talvez seja você que precise mudar. Pessoas mudam e sentimentos também. Mas se você fizer por merecer, o que ele sente por ti hoje não mudará nunca, apenas aumentará. Façamos por merecer os homens que nos amam hoje, façamos por merecer os homens que nos amarão amanhã. Que sejam os mesmos, por favor! 


quarta-feira, 20 de abril de 2011

O ruim de ser uma pessoa sempre comunicativa e sorridente é que, quando estamos mal, ficamos quietos demais, pensativos demais... Então, todos percebem que há algo errado, pelo menos todos que fingem se importar percebem. Aí, surgem as perguntas, as infindas perguntas sem respostas concretas. Mas te digo que com certeza você pode considerar o meu 'não é nada' como um 'não te interessa'. E saiba que antes, muito antes de você vir me perguntar o por quê de eu estar quieta, todos que eu quero que saibam, já sabem. Se quisesse que todos soubessem, escreveria em uma placa e a colocaria em minha testa. Se não te contei, então nem se dê ao trabalho de perguntar, pois, com certeza, você não vai se importar no final.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Minta-me amor.
Minta sobre o clima lá fora, minta sobre o clima aqui dentro.
Minta-me.
Minta sobre verdades, minta até sobre mentiras.
Minta sobre você, minta sobre o amanhã.
Vamos! Minta-me. Mentes tão bem, eu quase sempre acredito.
Vamos, minta-me.
Minta para fazer-me sorrir, minta para fazer-me chorar.
Minta para dentro, minta para fora.                             
Minta para fazer-me acreditar, minta para fazer-me duvidar.
Minta-me.
Minta as horas, minta o caminho.
Minta ao dia, minta à noite.
Minta os seus medos, minta seus receios.
Não tenha vergonha, acostumei-me a escutar mentiras, então, minta-me.
Minta a hora que saiu e a hora que chegou.
Minta sobre suas paixões e sobre suas lembranças.
Minta-me.
Minta quando quiser mentir, minta quando quiser dizer verdades.
Minta sobre a novela, minta sobre o livro.
Minta sua banda favorita, minta seu gosto de café.
Minta quando estiver sóbrio, minta quando estiver embriagado.
Minta isso, minta aquilo.
Minta-me. Não estou a pedir-te muito, mentes com tanta facilidade.
Minta sobre o seu trabalho, minta sobre o jantar que preparei.
Minta-me.
Minta sobre o cachorro, minta sobre o vizinho.
Minta sobre o vestido que estou a usar e minta sobre os sapatos que comprei.
Minta a conta do restaurante, minta sobre aquele amassado no carro.
Minta a cor dos seus olhos e seu peso.
Minta o número dos seus tênis e sua idade.
Minta-me.
Minta sobre meus abraços, minta como sou na cama.
Meu caro pode mentir. Não se acanhe. De modo algum irei julgá-lo. Não chorarei também.
Mas por favor.
Peço-te que não me mintas sobre o teu amor.
Não me mintas quando disser o que sentes por mim e nem quando disser ‘te amo’.
Essa mentira eu não suportarei.
Quanto ao resto, minta-me.

sábado, 2 de abril de 2011


Eu quero que tu beijes a minha boca, os meus olhos, a ponta do meu nariz, o meu ouvido e me ensurdeça. Quero que você me tenha pelo meio, por inteiro, para você. De onde você surgiu? E porque apareceu para mim? O que fiz eu para te merecer? Com certeza foi algo muito bom, porque você é maravilhoso. E me achou justamente no momento em que achei que havia me perdido. Encontrou-me na escuridão, encontrou-me em suas mãos. Eu estou em suas mãos agora. E você? Você está em cada parte do meu corpo, em todo o lugar. Faz-me pensar que ao menos uma vez o meu destino acertou a direção e te encontrou no meio do caminho, porque daqui até o fim seremos eu e você. Sem pontos, sem vírgulas, apenas uma linha reta até o infinito.

domingo, 6 de março de 2011

Ele poderia aparecer levar minha tristeza embora e, trazer minha paz. Ou poderia simplesmente sumir, talvez assim eu o esquecesse, talvez. Porque é tão torturante quando ele não esta comigo? Eu não preciso tanto dele assim. Ou quem sabe precise. Nem mesma eu sei ao certo do que preciso agora, um café forte, um novo coração... Quem sabe. Mas, suponho eu que precise apenas de um copo de realidade. Ele pode ser meu sim, sempre quando eu quiser, por muito tempo. Porém, antes de tê-lo por inteiro, terei que esperar. Muito ou pouco, para mim tanto faz. Por enquanto é sonhar com o dia em que sairemos de mãos dadas. Oh! Meu romantismo esta me dando náuseas. 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Não me esqueça

Fazia um tempo que não o via a saudade já tinha começado a fazer chorar. Ficava a imaginar o que ele estava fazendo, onde e com quem. Perguntava-me se seria possível ele também estar pensando em mim enquanto o imaginava sem esquecer nenhum detalhe. Ele tinha prometido que ficaríamos juntos por muito tempo e eu acreditava nisso.



Não saía mais de casa, a vontade me faltava. Tudo que fazia era ficar na cama esperando a semana seguinte quando finalmente nos veríamos novamente. ''Vamos sair?'' ''Não.'' ''Ah, para. Tu não vai sair nunca mais?''  ''Eu vou sair sim, mas hoje eu não quero.'' ''E por que? Vamos.'' ''Não, sério.'' ''Não é tu que diz que temos que aproveitar como se fôssemos morrer amanhã?'' ''Mas...'' (Não me deixou completar a frase) ''Então, vamos.'' Nem me arrumei ao menos, vesti as roupas que estavam em cima da cadeira a dias. Saímos. Quieta durante todo o percurso. Meu amigo tentava me alegrar o tempo todo, até que me cansei de ficar daquele jeito e sorri. Sorria e ria com ele, estava agradecida. A volta para casa foi chuvosa, mas não nos importamos com aquilo. Queríamos limpar a alma. ''A sinaleira esta com defeito.'' ''Não vem nenhum carro.'' ''Dê-me a mão, vamos juntos.'' De mãos dadas atravessamos a rua. Ele um pouco mais a frente me puxava de pressa e por mais forte que tivesse segurando minha mão eu a soltei. Mas não foi porque quis, o carro me levou ao outro lado da rua, soltar a mão dele era preciso. A chuva havia parado de repente, e um fraco sol começava a brilhar. Meu amigo chorava e os bombeiros e familiares estavam a caminho. ''Pare de chorar, por favor.'' ''Tu esta quase a morrer.'' ''Então sorria, não quero morrer vendo o teu sofrimento.'' ''Desculpe-me, mas não consigo sorrir, irei me afastar um pouco.'' Minha mãe já havia chegado e soube que o que ainda me deixava viva era a pressão que o poste e o carro faziam sobre meu corpo. ''Mãe. Eu posso ter pedir algo?'' ''Claro minha amada, peça.'' ''Busque-o. Eu quero o ver pela última vez.'' ''Não filha, eu não vou sair daqui.'' ''Mãe, calma. Eu aguento. Tu não podes me negar isso.'' Minha mãe cedeu e foi. ''Moço, eu aguento por uma hora?'' ''Talvez.'' As pessoas se aglomeravam, os meus 15 minutos de fama estavam sendo dolorosos. O tempo passava devagar. Não conseguia mais... Finalmente ele chegou, os meus olhos brilhavam como se eu ainda estivesse viva. Havia morrido há quase um minuto atrás e pedi para que não fechassem meus olhos. Um pouco antes de desistir pedi para que escrevessem um bilhete que entregaram para o meu garoto. Ele, soluçando e com as lágrimas molhando o papel leu.

Querido. Eu queria que tu soubesses, por isso irei te dizer o que nunca tive coragem. Eu te amo. Ou melhor, amei.  Sim, amei de mais. Obrigada por cada pequeno momento. Sinto muito por não poder te beijar ou te olhar novamente, mas a dor era muito grande. Agora eu estou me sentindo fraca por não ter te esperado. Acho que estarei te olhando lá de cima. Se pudesse sentir minhas pernas, com certeza iria correndo ao teu encontro. Mas acho que elas nem minhas são mais. Lembra-se de quando eu te disse que viveria por muito tempo ao teu lado. Essa promessa eu irei cumprir, mas não viva. Irei estar contigo nos teus momentos de alegria e de tristeza. Irei ver-te concretizar os planos que fizemos juntos. Talvez concretize com outra, mas, por favor, não se esqueça que esses planos eram meus e teus, não se esqueça de mim. Chore, mas não a vida toda. E quando superar a minha perda encontre outro alguém. Faça os teus olhos brilharem novamente, eles ficam lindos quando brilham. Aproveite a tua vida e mais uma vez, não se esqueça de mim. Quando sentir um arrepio, não se assuste que sou eu a deitar ao teu lado. Eu te protegerei assim como tu me protegia quando eu estava em seus braços, não se esqueça de mim. Guarde aquela foto que tiramos juntos e olhe para ela sempre quando começar a esquecer os detalhes do meu rosto. Eu te amo, sei que pode ser um pouco de egoísmo meu, mas, espero te ver logo. E mais uma vez, não se esqueça de mim. 

Depois disso o garoto beijou meus lábios gélidos ''Eu também nunca tive coragem de te dizer meu amor, mas, eu também te amei demais.'' Uma lágrima escorreu dos meus olhos. Era como se eu estivesse viva, mas infelizmente era apenas a chuva que começara a cair novamente. Chuva, que se misturava com as lágrimas dos olhos dele, era como se estivesse morto.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Reflexão de um casal em crise


       Ele: Estou aqui sentado, olhando para a mulher com quem estou junto há dez anos. Ela está esparramada no sofá, vestindo uma calça bege com um furo um pouco acima do joelho e uma blusa com manchas de esmalte vermelho. Apesar dos cabelos bagunçados e das unhas dos pés por fazer, ela está linda. Mas não como antes. Em uma das mãos, segura uma taça de vinho vazia, a terceira. Na outra, o controle da televisão, a qual não assisto faz tempo, pois ela não sai mais dali. Não faz comida, não dorme no nosso quarto, não me dá mais atenção. 
       Percebi que o nosso relacionamento estava em declínio quando, depois de três anos de casado, eu cheguei do trabalho e encontrei um bilhete na geladeira: ‘Tem comida no congelador. Faça se quiser’. Comida congelada? Ela quer me matar? Você pode pensar que eu estou exagerando, afinal, foi a primeira vez. Mas, depois desta, vieram muitas outras, quase que frequentemente. As brigas começaram a ficar mais sérias, ela começou a fumar mais do que eu, até que eu parei. Ela não.
      O casamento, realmente, é uma merda. Hoje me pergunto por que fomos fazer isto. Era tão perfeito quando apenas namorávamos e ela vinha passar os fins de semana em minha casa. Sem contas para pagar, sem explicações para dar. Eu a via sempre linda e cheirosa, e suas unhas sempre tão bem pintadas de vermelho ou preto. E seus cabelos sempre macios, sua pele sempre quente. Sentíamos saudades um do outro e nos ligávamos durante a madrugada. Fugimos para ir ao show do Ozzy e seus pais quiseram me matar quando descobriram. Ela era doce, e não exigia nada além do meu amor.
      Seu corpo, nunca vi mulher com corpo mais lindo. Ela era sexy, ela sorria com os olhos e me amava com a boca. Faz tempo que não me ama, mas me deixe sonhar...
      Sinto ter que admitir que esteja prestes a perder a melhor mulher que já conheci, mas está situação esta me deixando louco. Já sei como resolver isso: vou pedir o divórcio.
 
    Ela: Estou sentada no sofá olhando de relance para o meu marido. Ele está vestindo um calção do Grêmio que sabe que eu odeio, e sem camisa. Consigo ver seu corpo quase perfeito, não fosse pela barriga que começa a se salientar em decorrência das várias garrafas de cerveja que bebe. Em uma das mãos, um copo cheio e, na outra, os classificados... Foi demitido. Seus olhos castanhos continuam lindos, mas não brilham mais. Ele nem sequer sorri, não sorrio também. Queria poder abraçá-lo agora, mas não sei qual foi a última vez que tomou banho e não estou com vontade de me levantar daqui. Faz tempo que não fazemos sexo, e ele não faz questão alguma disso. Na verdade, faz tempo que não nos falamos e, disso, eu que não faço questão.
      Sua pele não está mais morena como antes. Não saímos mais de casa, ele não me leva a lugar algum. Lembro-me de como era antes, antes do casamento. Saíamos sempre, ele me levava à praia. Ele me fazia rir o tempo todo, eu amava isso. Ele realmente me fazia feliz. Hoje, nem sei ao menos se eu o faço.
     Percebi que o nosso relacionamento estava em declínio, quando, depois de três anos de casada, ele não me disse boa noite. Acho que foi por causa da comida congelada que deixei para ele fazer. Fiquei irritadíssima, e, desde então, deixei sempre.
    O casamento, realmente, é muito complicado. Hoje me pergunto por que não esperei mais uns cinco anos para fazer isto. Fui tola em pensar que seríamos felizes morando juntos. Antes fosse como antigamente, sem contas para pagar, sem explicações para exigir. Lembro-me que, no show do Ozzy, vimos um casal brigando e prometemos que nunca faríamos o mesmo quando casados. Impossível. Impossível não brigar pelas toalhas no chão, pelo controle da tevê, pela falta de atenção.
     Sinto ter que admitir que esteja prestes a começar outra briga, mas esta situação está me deixando louca. Já sei como resolver isso, vou ped... ‘Oh! A novela vai começar.’

domingo, 25 de setembro de 2011





Ele chega, muda sua vida, muda você e muda seus planos. De repente o protetor de tela do seu celular não é mais o vocalista de sua banda favorita e sim, ele. As coisas que você diz e sente mudaram você esta mais sensível e não para de sorrir olhando para o nada. Salga de mais a comida, esquece de mais das coisas, fala de mais nele. Sonha de mais, viaja de mais... De mais, de mais, de mais. Seu caminho mudou, assim como o seu estado civil e o brilho dos teus olhos. Agora você vai andar de mãos dadas em lugares públicos e ainda assim se sentira livre, com ele tudo será perfeito. Sentirá ciúmes de feias, de bonitas, de tudo e de todos. Cantará músicas que antes você não suportava, mas desde o dia que elas te fizeram lembrá-lo, você não para de ouvi-las. Vai brigar, falar mal e logo em seguida se entregar. Ele te fará cair em todas suas tentações, e você não verá problema algum em ficar no chão por muito tempo. Você terá um apelido fofinho, falará palavras fofinhas e logo em seguida se sentira idiota por isso. Ele, quase como seu melhor amigo será o teu protetor, quem te cuidara de olhares e toques desconhecidos. O teu cão de guarda, o teu anjo da guarda. Quando ele estiver longe, você esperará suas ligações. Você beijará suas fotos e pensará nele duas vezes mais do que de costume. Ele te fará sorrir. Sim, ele também te fará chorar. Mas garota, até seus pais fazem, com ele não seria diferente. Mas o mais importante de tudo, ele te amará incondicionalmente. E não me venha com essa de que homens são todos iguais. Não, eles não são. Cada um deles chora, sorri, suspira, pensa, fala, age e ama de jeitos diferentes. E se com você eles são sempre iguais, talvez seja você que precise mudar. Pessoas mudam e sentimentos também. Mas se você fizer por merecer, o que ele sente por ti hoje não mudará nunca, apenas aumentará. Façamos por merecer os homens que nos amam hoje, façamos por merecer os homens que nos amarão amanhã. Que sejam os mesmos, por favor! 


quarta-feira, 20 de abril de 2011

O ruim de ser uma pessoa sempre comunicativa e sorridente é que, quando estamos mal, ficamos quietos demais, pensativos demais... Então, todos percebem que há algo errado, pelo menos todos que fingem se importar percebem. Aí, surgem as perguntas, as infindas perguntas sem respostas concretas. Mas te digo que com certeza você pode considerar o meu 'não é nada' como um 'não te interessa'. E saiba que antes, muito antes de você vir me perguntar o por quê de eu estar quieta, todos que eu quero que saibam, já sabem. Se quisesse que todos soubessem, escreveria em uma placa e a colocaria em minha testa. Se não te contei, então nem se dê ao trabalho de perguntar, pois, com certeza, você não vai se importar no final.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Minta-me amor.
Minta sobre o clima lá fora, minta sobre o clima aqui dentro.
Minta-me.
Minta sobre verdades, minta até sobre mentiras.
Minta sobre você, minta sobre o amanhã.
Vamos! Minta-me. Mentes tão bem, eu quase sempre acredito.
Vamos, minta-me.
Minta para fazer-me sorrir, minta para fazer-me chorar.
Minta para dentro, minta para fora.                             
Minta para fazer-me acreditar, minta para fazer-me duvidar.
Minta-me.
Minta as horas, minta o caminho.
Minta ao dia, minta à noite.
Minta os seus medos, minta seus receios.
Não tenha vergonha, acostumei-me a escutar mentiras, então, minta-me.
Minta a hora que saiu e a hora que chegou.
Minta sobre suas paixões e sobre suas lembranças.
Minta-me.
Minta quando quiser mentir, minta quando quiser dizer verdades.
Minta sobre a novela, minta sobre o livro.
Minta sua banda favorita, minta seu gosto de café.
Minta quando estiver sóbrio, minta quando estiver embriagado.
Minta isso, minta aquilo.
Minta-me. Não estou a pedir-te muito, mentes com tanta facilidade.
Minta sobre o seu trabalho, minta sobre o jantar que preparei.
Minta-me.
Minta sobre o cachorro, minta sobre o vizinho.
Minta sobre o vestido que estou a usar e minta sobre os sapatos que comprei.
Minta a conta do restaurante, minta sobre aquele amassado no carro.
Minta a cor dos seus olhos e seu peso.
Minta o número dos seus tênis e sua idade.
Minta-me.
Minta sobre meus abraços, minta como sou na cama.
Meu caro pode mentir. Não se acanhe. De modo algum irei julgá-lo. Não chorarei também.
Mas por favor.
Peço-te que não me mintas sobre o teu amor.
Não me mintas quando disser o que sentes por mim e nem quando disser ‘te amo’.
Essa mentira eu não suportarei.
Quanto ao resto, minta-me.

sábado, 2 de abril de 2011


Eu quero que tu beijes a minha boca, os meus olhos, a ponta do meu nariz, o meu ouvido e me ensurdeça. Quero que você me tenha pelo meio, por inteiro, para você. De onde você surgiu? E porque apareceu para mim? O que fiz eu para te merecer? Com certeza foi algo muito bom, porque você é maravilhoso. E me achou justamente no momento em que achei que havia me perdido. Encontrou-me na escuridão, encontrou-me em suas mãos. Eu estou em suas mãos agora. E você? Você está em cada parte do meu corpo, em todo o lugar. Faz-me pensar que ao menos uma vez o meu destino acertou a direção e te encontrou no meio do caminho, porque daqui até o fim seremos eu e você. Sem pontos, sem vírgulas, apenas uma linha reta até o infinito.

domingo, 6 de março de 2011

Ele poderia aparecer levar minha tristeza embora e, trazer minha paz. Ou poderia simplesmente sumir, talvez assim eu o esquecesse, talvez. Porque é tão torturante quando ele não esta comigo? Eu não preciso tanto dele assim. Ou quem sabe precise. Nem mesma eu sei ao certo do que preciso agora, um café forte, um novo coração... Quem sabe. Mas, suponho eu que precise apenas de um copo de realidade. Ele pode ser meu sim, sempre quando eu quiser, por muito tempo. Porém, antes de tê-lo por inteiro, terei que esperar. Muito ou pouco, para mim tanto faz. Por enquanto é sonhar com o dia em que sairemos de mãos dadas. Oh! Meu romantismo esta me dando náuseas. 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Não me esqueça

Fazia um tempo que não o via a saudade já tinha começado a fazer chorar. Ficava a imaginar o que ele estava fazendo, onde e com quem. Perguntava-me se seria possível ele também estar pensando em mim enquanto o imaginava sem esquecer nenhum detalhe. Ele tinha prometido que ficaríamos juntos por muito tempo e eu acreditava nisso.



Não saía mais de casa, a vontade me faltava. Tudo que fazia era ficar na cama esperando a semana seguinte quando finalmente nos veríamos novamente. ''Vamos sair?'' ''Não.'' ''Ah, para. Tu não vai sair nunca mais?''  ''Eu vou sair sim, mas hoje eu não quero.'' ''E por que? Vamos.'' ''Não, sério.'' ''Não é tu que diz que temos que aproveitar como se fôssemos morrer amanhã?'' ''Mas...'' (Não me deixou completar a frase) ''Então, vamos.'' Nem me arrumei ao menos, vesti as roupas que estavam em cima da cadeira a dias. Saímos. Quieta durante todo o percurso. Meu amigo tentava me alegrar o tempo todo, até que me cansei de ficar daquele jeito e sorri. Sorria e ria com ele, estava agradecida. A volta para casa foi chuvosa, mas não nos importamos com aquilo. Queríamos limpar a alma. ''A sinaleira esta com defeito.'' ''Não vem nenhum carro.'' ''Dê-me a mão, vamos juntos.'' De mãos dadas atravessamos a rua. Ele um pouco mais a frente me puxava de pressa e por mais forte que tivesse segurando minha mão eu a soltei. Mas não foi porque quis, o carro me levou ao outro lado da rua, soltar a mão dele era preciso. A chuva havia parado de repente, e um fraco sol começava a brilhar. Meu amigo chorava e os bombeiros e familiares estavam a caminho. ''Pare de chorar, por favor.'' ''Tu esta quase a morrer.'' ''Então sorria, não quero morrer vendo o teu sofrimento.'' ''Desculpe-me, mas não consigo sorrir, irei me afastar um pouco.'' Minha mãe já havia chegado e soube que o que ainda me deixava viva era a pressão que o poste e o carro faziam sobre meu corpo. ''Mãe. Eu posso ter pedir algo?'' ''Claro minha amada, peça.'' ''Busque-o. Eu quero o ver pela última vez.'' ''Não filha, eu não vou sair daqui.'' ''Mãe, calma. Eu aguento. Tu não podes me negar isso.'' Minha mãe cedeu e foi. ''Moço, eu aguento por uma hora?'' ''Talvez.'' As pessoas se aglomeravam, os meus 15 minutos de fama estavam sendo dolorosos. O tempo passava devagar. Não conseguia mais... Finalmente ele chegou, os meus olhos brilhavam como se eu ainda estivesse viva. Havia morrido há quase um minuto atrás e pedi para que não fechassem meus olhos. Um pouco antes de desistir pedi para que escrevessem um bilhete que entregaram para o meu garoto. Ele, soluçando e com as lágrimas molhando o papel leu.

Querido. Eu queria que tu soubesses, por isso irei te dizer o que nunca tive coragem. Eu te amo. Ou melhor, amei.  Sim, amei de mais. Obrigada por cada pequeno momento. Sinto muito por não poder te beijar ou te olhar novamente, mas a dor era muito grande. Agora eu estou me sentindo fraca por não ter te esperado. Acho que estarei te olhando lá de cima. Se pudesse sentir minhas pernas, com certeza iria correndo ao teu encontro. Mas acho que elas nem minhas são mais. Lembra-se de quando eu te disse que viveria por muito tempo ao teu lado. Essa promessa eu irei cumprir, mas não viva. Irei estar contigo nos teus momentos de alegria e de tristeza. Irei ver-te concretizar os planos que fizemos juntos. Talvez concretize com outra, mas, por favor, não se esqueça que esses planos eram meus e teus, não se esqueça de mim. Chore, mas não a vida toda. E quando superar a minha perda encontre outro alguém. Faça os teus olhos brilharem novamente, eles ficam lindos quando brilham. Aproveite a tua vida e mais uma vez, não se esqueça de mim. Quando sentir um arrepio, não se assuste que sou eu a deitar ao teu lado. Eu te protegerei assim como tu me protegia quando eu estava em seus braços, não se esqueça de mim. Guarde aquela foto que tiramos juntos e olhe para ela sempre quando começar a esquecer os detalhes do meu rosto. Eu te amo, sei que pode ser um pouco de egoísmo meu, mas, espero te ver logo. E mais uma vez, não se esqueça de mim. 

Depois disso o garoto beijou meus lábios gélidos ''Eu também nunca tive coragem de te dizer meu amor, mas, eu também te amei demais.'' Uma lágrima escorreu dos meus olhos. Era como se eu estivesse viva, mas infelizmente era apenas a chuva que começara a cair novamente. Chuva, que se misturava com as lágrimas dos olhos dele, era como se estivesse morto.