sexta-feira, 17 de dezembro de 2010










Último dia: Estava sentindo uma sensação estranha. Uma saudade antecipada. Era como se soubesse que não nos veríamos mais. Esforçava-me o máximo para ficar ao seu lado. O olhava sempre que podia, e paralisava. Percebi que ele acariciava-me com certa frequência, certo querer. Não o impedia, apenas deixava-o tocar em meus cabelos. Fingia que não sentia que não percebia, mas a verdade era que cada vez que me tocava meu coração parava. Eu parava. E ia recompondo-me com o passar dos segundos, lentamente, acompanhando suas mãos em mim. Na saída, ele veio se despedir e, eu insisti para que ficasse, para que fosse conosco fazer algo qualquer. Ele concordou e fomos juntos, um ao lado do outro. Esforçava-me para não pegar em sua mão que algumas vezes tocava na minha despreocupadamente. Subimos as escadas que davam em algum lugar. Sentamos, esperamos, esperamos. – Preciso ir. Gelei.
O que deveria ter acontecido: Depois de ter dito que precisava ir, pensei e logo disse que iria junto. (Não estava tarde e, eu não precisava ir.) Descemos as escadas e saímos. Caminhamos juntos em silêncio. Encarávamos-nos às vezes, riamos de constrangimento. – O que ira fazer nas férias? – Nada que mudara a minha vida. Ele riu e o silêncio retornou. – Chegamos. – Chegamos. Ele olhou-me nos olhos e descansou a mão em meu rosto. – Espero te ver logo. – Nos veremos. – Te... Amo. – Pra sempre? – Tchau. – Pra sempre? Responda. – Sim. Sempre. Você sabe. – Porque não faz o que quer fazer? – Você lê mentes? – A sua. Ele aproximou o corpo que já estava perto o suficiente. Mãos na cintura, olhos nos olhos, e o que era tão esperado aconteceu. – Tchau. – Tchau. – Será para sempre, não se preocupe. – Prometa. – Eu prometo. Virei-me e comecei a caminhar. Passos lentos, pequenos. Sabia que me afastava cada vez mais. Olhei para trás e ele me observava. Mais alguns passos e, eu não podia mais o ver. Comecei a chorar baixo. As pessoas olhavam com pena.
O que aconteceu: Depois de ter dito que precisava ir, se virou para me beijar. Um beijo simples, doce, no rosto. – Te cuida. A tristeza que me consumia naquele momento impediu que eu dissesse algo. Não conseguia. Despediu-se dos outros e desceu. Comecei a chorar baixo. As pessoas olhavam com pena.

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010










Último dia: Estava sentindo uma sensação estranha. Uma saudade antecipada. Era como se soubesse que não nos veríamos mais. Esforçava-me o máximo para ficar ao seu lado. O olhava sempre que podia, e paralisava. Percebi que ele acariciava-me com certa frequência, certo querer. Não o impedia, apenas deixava-o tocar em meus cabelos. Fingia que não sentia que não percebia, mas a verdade era que cada vez que me tocava meu coração parava. Eu parava. E ia recompondo-me com o passar dos segundos, lentamente, acompanhando suas mãos em mim. Na saída, ele veio se despedir e, eu insisti para que ficasse, para que fosse conosco fazer algo qualquer. Ele concordou e fomos juntos, um ao lado do outro. Esforçava-me para não pegar em sua mão que algumas vezes tocava na minha despreocupadamente. Subimos as escadas que davam em algum lugar. Sentamos, esperamos, esperamos. – Preciso ir. Gelei.
O que deveria ter acontecido: Depois de ter dito que precisava ir, pensei e logo disse que iria junto. (Não estava tarde e, eu não precisava ir.) Descemos as escadas e saímos. Caminhamos juntos em silêncio. Encarávamos-nos às vezes, riamos de constrangimento. – O que ira fazer nas férias? – Nada que mudara a minha vida. Ele riu e o silêncio retornou. – Chegamos. – Chegamos. Ele olhou-me nos olhos e descansou a mão em meu rosto. – Espero te ver logo. – Nos veremos. – Te... Amo. – Pra sempre? – Tchau. – Pra sempre? Responda. – Sim. Sempre. Você sabe. – Porque não faz o que quer fazer? – Você lê mentes? – A sua. Ele aproximou o corpo que já estava perto o suficiente. Mãos na cintura, olhos nos olhos, e o que era tão esperado aconteceu. – Tchau. – Tchau. – Será para sempre, não se preocupe. – Prometa. – Eu prometo. Virei-me e comecei a caminhar. Passos lentos, pequenos. Sabia que me afastava cada vez mais. Olhei para trás e ele me observava. Mais alguns passos e, eu não podia mais o ver. Comecei a chorar baixo. As pessoas olhavam com pena.
O que aconteceu: Depois de ter dito que precisava ir, se virou para me beijar. Um beijo simples, doce, no rosto. – Te cuida. A tristeza que me consumia naquele momento impediu que eu dissesse algo. Não conseguia. Despediu-se dos outros e desceu. Comecei a chorar baixo. As pessoas olhavam com pena.

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